segunda-feira, 6 de junho de 2016

O Retorno de Inanna - 2ª Parte - V e VI

V. S. Ferguson

O Retorno de Inanna 
2ª Parte
Capitulos V e VI

V.- EL GUARDIAN DOS CRISTAIS

No tempo da Atlântida Inanna tinha projetado uma parte de si mesmo como a encarnação de um sacerdote chamado Atilar. Este Eu multidimensional lhe proporcionaria toda a experiência e o conhecimento que somente se obteria mediante o domínio de si mesmo. Ela concluiu que a vida de Atilar afetaria por osmose a seu outros Eu multidimensionais, já que todos se relacionavam entre si. Uma psique altamente desenvolvida faria muito bem aos outros.

Os gens de Atilar tinham sido cuidadosamente cultivados durante muitas gerações. Ele possuía o DNA do pai de Inanna, o que lhe proporcionou um acesso fácil ao mundo físico. Nasceu nos centros de poder da Atlântida e quando nasceu o entregaram aos sacerdotes da Ordem das Túnicas Azuis. Toda sua infância se dedicou a um rigoroso treinamento com o fim de executar a tarefa única de vigiar as freqüências do grandioso centro de cristais da Atlântida por meio do pensamento.

Toda a Atlântida recebia sua potência das espirais de cristal que eram vigiadas pela Ordem das Túnicas Azuis. Quando era menino Atilar lhe disse que tinha sido engendrado para realizar este trabalho. Nunca conheceria mulher, nunca se casaria e nunca experimentaria a vida de um ser humano comum. Fazia muitos eones se tomou esta decisão e na sua vida, se dedicou a esta tarefa sagrada.

Enquanto outros meninos jogavam bola, Atilar se sentava em posição de lótus, sem mover nenhuma pestana durante horas. Treinou para que se esquecesse de seu corpo, de qualquer dor ou de qualquer outra distração. Se instruiu nas artes marciais, mas somente para que protegesse os cristais e ativasse a força que em seu tempo se chama chi. Na Atlântida esta força não tinha nome. Todas as grandes mentes sabiam que havia muitas forças que não podiam ser nomeadas e a esta força lhe atribuía um som. Atilar foi treinado para que obtivesse o acesso a esta poderosa força subindo a energia dos órgãos sexuais passando pelos sete centros invisíveis de seu corpo e lhe dando assim poder a sua mente e vontade.

Ele nunca se lamentou de seu destino e da infância lhe tinham inculcado o fato de que era um privilegiado. Ele se deleitava com a sensação de êxtase que podia gerar em seu ser ao controlar as forças sutis de seu corpo e as conectar para o cosmos por meio dos cristais. Mas Atilar e os sacerdotes da Ordem das Túnicas Azuis não conheciam um aspecto fundamental e esse era o amor. Seu enfoque estava sobre a mente e seus poderes, mas nenhum deles tinha experimentado o amor. De uma maneira estúpida o consideravam como algo sem importância. Como nunca tiveram acesso ao poder do amor, este permaneceu fora de seu alcance e por isso eles tinham suas limitações.

Atilar se sentava frente aos cristais e observava profundamente sua beleza, unia sua consciência com cada fragmento delicioso com o fim de modular sua ressonância. Os cristais eram condutores de energia e Atilar era seu afinador. Ficou-se completamente quieto durante sete dias, tinha rebaixado o funcionamento de seu coração até os ciclos requeridos e tinha bloqueado qualquer sensação de dor nos receptores de seu cérebro. A dor não se registrava como sensação em seu cérebro.

Por um momento saiu de seu corpo. Já tinha passado dos cinqüenta anos mas não o aparentava. Era magro e maciço, tinha cabelo comprido e cinza, e seus olhos eram amendoados, de uma cor tão clara que parecia ouro. Ele era um viajante consumado e desfrutava muito de suas aventuras. Em sua consciência fez girar o Merkaba que rodeava seu corpo. Assim pôde mover-se através do espaço. Voou além de muitas nebulosas e se emocionou ante a beleza e a sensação de ser completamente livre. Foi para um planeta que a primeira vista se via vazio, mas quando se aproximou mais viu atoleiros de um líquido metálico que se convertia em seres que sorria e o saudavam. O universo certamente estava cheio de maravilhas! Em silêncio, Qi, o Professor da Ordem das Túnicas Azuis, entrou em seu quarto: "Atilar, é hora de que descanse. Modulaste esta freqüência perfeitamente e agora tem que te recarregar".

Relutantemente Atilar relaxou seu corpo. "Como deseja, Professor Qi".

Atilar tinha servido ao Qi da infância e era seu aluno preferido. Qi tinha sido muito duro com ele porque conhecia seu potencial genético e porque tinha a esperança de que algum dia o substituísse em seu cargo.

O Professor Qi falou: "Quando tiver descansado, meu filho, quero que venha à área de acesso para que conheça uma recém chegada. As sacerdotisas da lua nos trouxeram uma menina que é um híbrido genético especial e para nós será interessante observar seu potencial para dar poder aos cristais".

Atilar assentiu. Para ter um equilíbrio no centro de poder onde as energias eram predominantemente masculinas, necessitavam-se energias femininas. Estas tinham sido engendradas para gerar as forças invisíveis, mas não lhes permitia pensar por si mesmos. Como sua educação era limitada, não chamavam muito a atenção a Atilar; via-as como a gente poderia ver um transistor ou a bateria de um carro.

Atilar se retirou a sua cela e caiu em um sono profundo com a esperança de retornar ao planeta de líquido metálico e continuar sua visita com os seres lá.

Inanna e Melinar outra vez enfocaram suas consciências na Graciela. Como já sabiam o futuro de Atilar, somente desejavam levar suas capacidades aos outros Eu multidimensionais. Quando Graciela despertou, Melinar lhe projetou uma imagem a sua consciência.

O sereno da manhã e a luz começaram a despertá-la. Em seu estado de sono, Graciela tinha percebido um quarto cheio de cristais em forma de espiral. Ali havia um homem de cabelo cinza que se vestia com uma camisa branca e calças negras e que ficava de pé para sair do quarto. Parecia-lhe muito conhecido mas não podia recordar onde nem como o tinha conhecido. Certamente este homem possuía mais dignidade que os homens de sua época.

A luz cinza e fria da manhã a obrigou a abrir seus olhos. Ela nunca antes tinha dormido fora no Noroeste do Pacífico. Seu saco de dormir estava empapado de sereno e seus pés estavam congelados. Seus queridos cães correram a beijar seu rosto como o faziam cada manhã para saudá-la. Na cidade tinha que tomar o elevador para passear com seus cães na manhã. Ela riu pensando que se sempre dormisse fora nunca teria que passear com seus cães.

Foi à cozinha e acendeu sua estufa de madeira, procurou sua lata de café e viu que estava quase vazia. Em Nova Iorque se havia aficionado a um café torrado porto-riquenho, mas agora teria que procurar outro café. Serviu-se de uma xícara de "expresso" com muito leite quente e um pouco de mel.

A cabana de Graciela estava situada sobre um pequeno vale em Montanha Perdida e desde sua janela podia ver as Montanhas Olímpicas. Perto da cabana havia um bosque de cedros; detrás de sua casa estavam as montanhas e o estreito do Juan da Fuca estava na parte de baixo. Era algo embriagador estar tão isolada em meio da natureza.

Procurou um chapéu e saiu com seus cães para o bosque. Enquanto caminhava por um atalho, recordou outra época de sua vida.

Quando era menina adorava os acampamentos de verão e durante cinco anos escapava da proteção de sua família e se ia a um acampamento de verão para meninas no sul de seu estado. Lá se acostumou a caminhar sozinha, com o pretexto de que queria ir desenhar árvores. Mas na verdade lhe encantava estar sozinha com a natureza. Recordou que quando tinha sete anos tinha caminhado por um atalho similar a esse. De repente e sem nenhuma razão se deteve a olhar para cima. No céu azul havia umas quantas nuvens brancas avultadas. "Posso ir para casa agora?", tinha perguntado Graciela. Uma voz lhe respondeu. "Não, ainda não".

Graciela realmente nunca soube com quem falava ou a que lar queria retornar. Era somente um dos muitos mistérios sem resolver em sua vida. Mas com segurança nunca se sentou a gosto em nenhum lugar da Terra. O lar paterno tinha sido asfixiante e desde que saiu de lá se converteu em uma cigana virtual. Nervosamente se mudava a cada dois anos posto que nunca se sentia em casa em nenhum lugar.

Agora na profundidade do bosque, estava de pé ao lado de um cedro enorme e antigo. Abraçou-o, colocou sua cara perto da casca e inalou profundamente. As fragrâncias eram inefavelmente puras e refrescantes. Desejou poder beber a árvore. Uma brisa suave acariciou seu rosto e se sentiu calma e feliz.

Sentou-se. Sabia que não precisava sentar-se na posição de lótus, mas o tinha feito durante tantos anos que foi algo natural nela. Recostou suas costas contra a árvore e enterrou suas mãos no chão do bosque. Não há nada tão encantado como isto em nenhuma cidade, disse em tom meditativo. Entrou em um estado de meditação e permitiu que seus olhos se desfocassem. Desde que era menina e ia à igreja, ela era capaz de converter em uma luz sutil dourada e vibrante tudo o que havia no campo de sua visão. Isto era algo formoso, divertido e sempre a fazia se sentir muito bem.

Hoje via algo mais que uma luz. Entre dois cedros altos havia três seres. Não eram tão sólidos como a gente veria uma pessoa; mas bem eram uma energia que se podia projetar como forma e a rodeava um resplendor. Graciela sentiu um pouco de medo mas uma grande curiosidade.

Inanna se deu conta de que Olnwynn tinha seguido a ela e a Melinar até o bosque onde se encontrariam com a Graciela. Oh, não! Que irá fazer? Inanna se alegrou de lhe haver reparado o talho na garganta, o que certamente teria aterrorizado a Graciela. Inanna lhe lançou um olhar ameaçador para mantê-lo à distância, mas tinha esquecido de assumir a forma de sacerdote druida e Olnwynn não lhe estava prestando muita atenção.

"O que temos aqui? Uma menina completamente só no bosque com dois belos lobos e sem tocha!" Exclamou Olnwynn. "Quem é você?", perguntou Graciela. "Não preste atenção a ele, apenas está se acostumando a um novo mundo", interrompeu Inanna. "viemos a este antigo bosque para estar contigo, viemos para ser seus amigos, seus companheiros. Já não estará sozinha e lhe ajudaremos a encontrar o que está procurando".

Melinar assumiu a forma de um ancião gentil de olhos bondosos e ao mesmo tempo reteve alguns efeitos dos brilhantes mutantes. Falou-lhe com Graciela: "Minha menina, vieste à Terra por uma razão. Ela não é seu verdadeiro lar e você é mais do que crê que é. Tiveste muitas outras expressões em outros mundos e veio aqui ajudar porque o escolheu. Neste planeta vem uma grande mudança. Quanto mais humanos se possam preparar para a mudança, mais fácil será para todos. Você escolheste ajudar neste processo".

Foi como se algo que Graciela tinha mantido dentro tivesse começado a liberar-se e seu corpo pequeno começou a sacudir-se de todas essas emoções reprimidas. Começou a chorar à medida que o desafogo de todas essas velhas emoções passava através de seu corpo físico e de certo modo a deixavam mais aliviada. Como já não podia estar sentada, deitou-se sobre o chão do bosque. Enquanto a Terra e o bosque a curavam, sentiu que toda a dor emocional desta existência, e possivelmente de outras, enterrava-se no profundo do chão do bosque.

Inanna falou com ternura: "Graciela, sempre que quiser que lhe falemos, venha a este lugar. Estaremos aqui. Acostumará com a nossa amizade e logo nos achará onde quer que te encontre. Mas tem que nos convidar. Estaremos esperando assim como toda sua vida estivemos esperando que nos peça ajuda. Tem que nos abrir as portas. Amamo-lhe".

Graciela se estremeceu e olhou a seu redor. Os cães ficaram totalmente quietos. Não se deram conta de que houve visitantes. Quem tinha estado ali já se foi e Graciela estava ficando com fome. Quando retornava à cabana se perguntou se seus novos amigos eram a mesma voz nas nuvens que tinha escutado quando era uma menina. Suspirou. Um prato quente de sopa de macarrão cairia muito bem agora. Os cães chegaram primeiro.

Inanna olhou Melinar: "Você crê que a assustamos?" Melinar respondeu: "Não, mas foi suficiente por um dia. Temos que proceder lentamente. Você sabe como podem reagir os humanos ante muita energia e conhecimento. O temor os pode retardar durante muitas vidas".

Sim, Inanna tinha visto que isso tinha acontecido muitas vezes. Parecia que os humanos somente podiam agüentar dose pequenas, mas o tempo se estava acabando; o ano 2011 não estava muito longe. Inanna sabia que tinha que falar com Olnwynn. Se ele insistia em acompanhá-los, tinha que pô-lo em conhecimento da situação. Talvez podia lhes ser útil; depois de tudo ele era ardiloso e intrépido.

VI.- O PASSADO INEXISTENTE

Inanna e Melinar retornaram ao ovalóide. Este era um lugar central de concentração para eles e lhes ajudava a manter um pouco de ordem dentro de todo o malabarismo das mudanças de tempo dimensionais. Viajar através do tempo pode ser desconcertante inclusive para o mais avançado viajante. De vez em quando Inanna se sentia tentada a imaginar que o passado era o passado ou que os Eu multidimensionais eram consecutivos. Nesses momentos, Melinar lhe recordou que se centrasse firmemente, disse-lhe que não esquecesse que na mente do Primeiro Criador o tempo não existe e que todas as suas encarnações eram simultâneas.

Melinar observou que Olnwynn não estava. Inanna começou a examinar suas realidades e se deu conta de que o alto guerreiro ainda estava no bosque de cedros. Este lugar lhe recordava seu lar no norte da Irlanda e por isso estava triste e nostálgico. Pensou em seu filho. Havia tantas coisas que sentia saudades, tantas coisas que deixou por fazer. Por que havia se tornado tão cruel com aqueles que amava?

Inanna emitiu em sua consciência uma espécie de energia magnética e brandamente o levou para o ovalóide. Ante esta nova situação Olnwynn reagiu com um estalo de ira. Ele tinha conhecido o temor, mas sempre o tinha expresso em forma de raiva. Perguntou onde estava e quem eram eles.

Inanna se voltou para o Melinar e ambos ficaram de acordo para mostrar-se ante o Olnwynn como seres radiantes de fóton, uma forma que parecia agradar aos humanos. Conservaram a forma de humanos mas seus corpos eram feitos de fótons que caíam em forma de estrelas fugazes e exibiam um amplo acerto de cores douradas e de luzes mutantes. Era algo digno de presenciar. Olnwynn olhou com atenção as formas e se sentiu tranqüilo. Não obstante, Inanna estava um pouco cansada e continuamente perdia esta forma. Trocou a forma do ser de fóton pela do sacerdote druida e logo passou a seu voluptuoso corpo azul pleyadense. Isto naturalmente agitou a Olnwynn quem já tinha suficientes problemas para ajustar-se a sua nova realidade.

"Suficiente!" Disse Olnwynn zangado. "Insisto em que me digam a verdade. Quem são vocês e o que faço aqui?"

Melinar lhe respondeu: "Você é o que nós somos. Especificamente você é ela". Melinar apontou Inanna que tinha deixado de trocar de formas no momento e que ficou no corpo azul, seu favorito. Olnwynn permaneceu cético. A idéia de que ela era uma mulher azul lhe era totalmente estranha, embora ela era encantadora e lhe parecia muito familiar. Em sua vida tinha tido muitas visões, mas ultimamente tinha sido muito difícil as esclarecer pois estava em um estado permanente de embriaguez. Ele adorava bebida.

Melinar seguiu sua explicação: "Nós somos o que você é. Esta é a senhora Inanna, que te criou, podemos dizê-lo assim. Uma parte dela se projetou para o contínuo espaço/tempo para que formasse a ti, Olnwynn. Você te viu como uma entidade separada porque assim lhe desenharam, mas essa separação é uma ilusão. Sua consciência e todos os dados de sua vida serão reabsorvidos para o tudo, assim como todos os dados são eventualmente absorvidos para a mente do Primeiro Criador. Em realidade todos nós saímos da mente Dele.

Olnwynn não gostou nada dessa tolice de "reabsorver". O fez pensar em coisas como aniquilação ou esquecimento total.

Melinar leu seus pensamentos e lhe explicou: "Não, meu filho, não será aniquilado. Você e sua consciência permanecerão intactas. Simplesmente chegarão a ser parte de um corpo de dados maior e ao mesmo tempo será o Olnwynn que é familiar para ti. A senhora Inanna te criou com um fim que é ajudar à liberação da espécie humana".

A única maneira de liberação que recordava Olnwynn era cortar cabeças. Além disso não gostava da idéia de ter sido criado por uma mulher para um propósito do qual ele não sabia nada. Na Terra ele tinha sido um rei e não estava acostumado a que o controlassem. Começou a queixar-se. Era ele não mais que um peão no jogo de alguém? Tinha sido ele o brinquedo de alguém que nem sequer sabia que existia, sem importar quão atrativa fora agora?

Melinar lhe sugeriu que se sentasse enquanto lhe explicava: "Faz 500.000 anos, um grupo de viajantes do espaço de um sistema chamado As Pleyades estabeleceu uma colônia mineira no planeta Terra. Era um grupo familiar de um chefe supremo chamado Anu. Eles viviam em um planeta artificial que dá a volta a este sistema solar cada 3.600 anos. A família de Anu veio à Terra procurar ouro para sua atmosfera, a qual estava quase esgotada por causa de suas freqüentes guerras radioativas. A família era um grupo muito conflitivo que tinha a tendência a ir-se à guerra pela menor provocação.
"Uma vez estabelecida a colônia mineira, era óbvio que se necessitavam mais trabalhadores para as operações mineiras, de modo que os cientistas da família, uma irmã e um irmão chamados Ninhursag e Enki tomaram uma espécie humanóide que habitava na Terra nesse tempo e manipularam seu material genético. Produziram uma raça de trabalhadores que depois foram os principais habitantes deste planeta".
Olnwynn estava pasmado. Quando era um moço tinha ouvido essas histórias dos ensinos secretos dos druidas, mas as tinha esquecido quando cresceu e começou a degolar a seus semelhantes na busca de poder. Havia muitos mitos quanto a que os druidas procediam de um reino mágico chamado Atlântida. Segundo os druidas, tinha havido uma grande guerra, Atlântida tinha desaparecido sob o mar e seus habitantes tinham emigrado para as ilhas nas quais tinha crescido Olnwynn.

"Então isso quer dizer que eu não fui mais que um membro de uma raça de escravos?" A idéia era repulsiva a Olnwynn. Por outro lado, pensava que poderia ser algo muito interessante conquistar todo um planeta.... todas essas cabeças.

Melinar se esforçou para levar a consciência do Olnwynn para um estado mais elevado: "Não, meu filho, você foi criado pela senhora Inanna para resgatar a raça de trabalhadores. Um membro da família de Anu, um varão de nome Marduk, controla a Terra neste momento. Esta entidade e suas legiões se recusam a deixar livres aos humanos. Desejamos que a raça humana retorne a suas habilidades originais, que conecte seus códigos genéticos. Desejamos lhes deixar o caminho livre e lhes permitir sua própria evolução natural como era a intenção do Primeiro Criador".

Olnwynn não estava muito seguro do que eram os códigos genéticos, mas estava começando a compreender. Inanna lhe estava dando toda a informação que requeresse sem chegar a confundi-lo. Como ele tinha lutado muitas vezes e de diferentes formas contra os tiranos de seu lar, começou a compreender como era Marduk. Quando era jovem ele tinha jurado lutar contra a tirania onde quer que fosse, até que ele mesmo se converteu em um tirano. Estes pensamentos o fizeram sentir-se triste.
Sem saber de onde, apareceu um ancião real montado em um enorme dragão verde e dourado. Olnwynn só tinha visto estes dragões em pinturas e estava um pouco perplexo, mas Inanna transferiu a sua mente a informação necessária e ele se abriu aos visitantes.

Inanna falou: "Olnwynn, este é meu tio avô Enki. É um dos criadores da espécie humana e este é Puffy, seu dragão preferido".

Enki sorriu; sempre se alegrava de ver Inanna e conhecia muito bem Melinar. Ele também estava projetando porções de si mesmo na espécie humana em diferentes tempos. Tinha dedicado toda sua energia a resgatar a espécie que ele tinha criado; a resgatar das garras de seu próprio filho, Marduk. Para Enki havia muito em jogo.

Enki falou com o multidimensional de Inanna: "Olnwynn, vim especialmente te visitar. Admirei-te muito de longe. Eu também fui muito aficionado à bebida e às mulheres da Terra. Essa combinação pode ser muito prazeirosa. Se eu tivesse sido tão de aparência agradável como você, haveria...."
Simultaneamente Inanna e Melinar lançaram um olhar a Enki.

"Mas também admirei sua coragem infinita", adicionou Enki. "Coragem é o que necessitamos agora. Necessitará de muito valor para que os meninos da Terra crêem na verdade e eles têm que aprender estas coisas muito em breve. aproxima-se uma grande mudança em seu planeta e desejamos instruí-los quanto a isto para que não tenham medo. De ti, Olnwynn, eles poderiam receber esta coragem para saber, para saber a verdade".

Olnwynn pensou para si que seria um prazer lutar contra este Marduk e suas legiões. Fascinavam-lhe as boas batalhas e se deu conta de que quanto mais tempo estava separado de seu lar, mais o amava e mais queria às pessoas que viviam lá. Desejava abraçar a seu filho, e inclusive sentia saudades de sua bela esposa. Desejou não havê-la tratado tão mal; possivelmente algum dia poderia recompensá-la. Sim, que bom seria lutar contra este Marduk, liberar as pessoas de todos os tiranos.

"Comprometo-me a ajudar a derrotar a este tirano. Darei-lhe coragem a tudo o que o peça. Podem contar comigo".

Inanna sorriu ao formoso guerreiro. Depois de tudo, era provável que não se perdeu toda a energia que ela tinha posto neste homem apaixonado. Melinar lhe recordou que nunca se perde nada.
"Bem Olnwynn, isso está muito bem", disse Inanna com ternura. "Mas é melhor que te acostume a viajar no tempo!"

Continua...

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