O crânio do Buddha
Arqueólogos
chineses encontram suntuosas urnas com possíveis restos mortais de
Siddharta Gautama, fundador do budismo. Nas ruínas do milenar Grande
Templo Bao’en, em Nanquim, leste da China, uma equipe de incrédulos
arqueólogos encontrou uma enorme caixa de pedra de quase dois metros de
altura. Dentro, havia um baú de ferro, um pouco menor.
Túmulo de Buddha (Siddharta Gautama) encontrado na China ?
Por Raul Montenegro – Fonte: http://istoe.com.br/o-cranio-do-buda/
À primeira
vista, o tesouro pareceu ser o conteúdo do invólucro, um magnífico
altar budista de orações, decorado com pedras preciosas e adornado com
motivos religiosos, florais e animais (tanto místicos quanto reais).
Este relicário, porém, era oco. Em seu interior, havia um cofre de ouro
dentro de outro de prata, ambos enfeitados com desenhos de divindades e
ideogramas.
Escondido
bem no fundo dessa boneca russa jazia o verdadeiro tesouro: um pedaço do
crânio do Buddha (o osso parietal, da parte de cima da cabeça). A saga é
narrada no volume mais recente do periódico científico “Chinese Cultural Relics”,
que traduziu a pesquisa, originalmente publicada em chinês. “Quando vi
as inscrições dizendo que haviam relíquias budistas na cripta, me dei
conta de que havia feito a maior descoberta da minha vida”, disse à
ISTOÉ o chefe da escavação, Haining Qi. “É muito provável que o
fragmento realmente tenha pertencido ao Buddha.”
Sidarta
Gautama, o Buddha, viveu entre os séculos 4 e 5 a.C., quando o budismo
nasceu. Tradicionalmente, acredita-se que depois de sua morte o corpo
foi cremado. E que, cerca de 100 anos depois, o imperador indiano Ashoka
– um dos maiores responsáveis pelo advento da religião – separou os
restos mortais em várias partes e as distribuiu mundo afora. Uma dessas
cotas seria o osso parietal agora encontrado.
A maior
evidência são as inscrições de um dos baús que encapsulavam o pedaço de
crânio. Assinado pelo abade Deming, intitulado “Mestre da Iluminação
Perfeita” e “Guardião do Manto Púrpura”, o documento detalha a
trajetória do objeto até cerca de mil anos atrás, período em que foram
feitas as estruturas dentro das quais a relíquia estava guardada.
O texto também registra os nomes dos reis e nobres que patrocinaram os trabalhos. “Os escritos de Deming, sem dúvida, são fatos históricos”, afirma Qi. “Eles foram confirmados por escavações arqueológicas e pela literatura do período.”
Monge
budista e professor de história das religiões na Universidade de São
Paulo (USP), Ricardo Mário Gonçalves considera difícil atestar, acima de
qualquer suspeita, a veracidade do objeto. Mas pensa que o caráter
histórico da descoberta é menor do que o simbólico. “Relíquias são
ícones da doutrina do Buddha, uma coisa muito mais importante do que a
autenticidade.”
As
escavações, conduzidas de 2007 a 2012, foram publicadas em chinês
somente no ano passado. Nesse meio tempo, o pedaço de crânio foi
enterrado em um palácio construído especialmente para ele em Nanquim.
Daqui para frente, os arqueólogos planejam publicar o relatório completo
da escavação, que também encontrou preciosidades como frascos de
cristal e restos mortais de vários outros santos budistas.
Aqui está a abertura do caixão dourado, e você pode ver os outros tesouros abaixo:
A equipe,
por enquanto, não vai fazer a datação do osso parietal via carbono-14,
com o que se poderia confirmar se o fragmento é compatível com o período
de vida de Siddharta Gautama. De acordo com eles, a análise poderia
danificar o achado. “Esta descoberta nos permitiu acessar a mais sagrada
relíquia do budismo, uma das grandes religiões do mundo”, diz Qi.
Extraído de: thoth3126.com.br
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